06/08/07

UM NOVO MUSEU EM ELVAS

"A Colecção António Cachola tem cerca de 300 peças e é, na verdade, uma colecção em progresso. A primeira apresentação teve lugar em 1999, no MEIAC e desde logo se afirmou no meio do coleccionismo nacional. Foi nesse contexto que tive o privilégio de conhecer o Coleccionador e de entender o seu dinamismo não o deixariam mais parar. Foi constituindo assim, através da aquisição de peças rigorosamente escolhidas, uma das mais completas visões da arte portuguesa das duas últimas décadas. Numa altura em que é ainda tão difícil ter acesso a uma história activa da realidade criativa nacional o Museu de Elvas constituirá um marco indispensável de conhecimento. Como não é uma colecção temática nem de tendência, como segue os artistas incorporando obras de diferentes períodos tem um carácter abrangente e didáctico que um atento serviço educativo e uma programação ambiciosa mas coerente deverá ajudar a aprofundar.A exposição permanente manterá o público a par quer dos artistas principais e das tendências representadas quer das novas aquisições. As iniciativas temporárias serão dedicadas a artistas da colecção ou outros, nacionais e estrangeiros) de modo a dinamizar nacio0nal e internacionalmente o espaço e a completar a visão mais estática da colecção. É certo que não era fácil afirmar esta linha programática mas a ousadia demonstrada pela CME na aceitação e desenvolvimento do projecto de um Museu de Arte Contemporânea é certeza de que as dificuldades se vencerão. Essa é a única maneira de romper com todo o isolamento cultural e colocar Elvas num mapa onde se deve fazer valer pela qualidade da sua arquitectura e do seu urbanismo. De facto, prevemos que, no momento de abertura, a colecção e possa espalhar por alguns outros locais de grande qualidade arquitectónica da cidade e actualmente devolutos em virtude da desmobilização do Exército. Este será um modo de dinamizar mais claramente a cidade.Esta é uma batalha local e nacional: ganhar a população de Elvas mas também de Cáceres, Badajoz, Évora, Portalegre ou Montemor-o-Novo, tudo pólos vizinhos de afirmação cultural.Cursos de formação cultural e artística, informação e formação em torno de cada uma das iniciativas realizadas, edições de qualidade, visitas guiadas e ateliers de formação para públicos escolares desde o primeiro ciclo ao secundário e actividades do mesmo tipo para públicos pré-especializados ou especializados (não nos esqueçamos de que há público universitário em Évora e Portalegre com interesses directos nas áreas da arte e arquitectura) são indispensáveis e estão a ser delineados. Um conjunto de mecenas institucionais de grande prestígio, que têm sido atraídos ao projecto pela CME e pelo coleccionador, poderão garantir a produção deste conjunto de iniciativas e transformar um museu de fronteira num museu que ajude a acabar com as fronteiras: entre arte contemporânea e público, entre centro e periferia, entre Portugal e Espanha."
A pergunta que me ocorre é:
- Terá a Câmara de Elvas, meios financeiros, técnicos e humanos para "sustentar a criança que adoptou"?

Sem comentários: